19 de agosto de 2007

Box dos Conceitos

Todos os treinador (ou quase todos) tem o mesmo ideal...ter a bola, circular, ocupar bem os espaços, não permitir que o adversario recupere a bola, defender com a posse de bola...etc, etc, etc... a isto chama-se organização da equipa, e á construcçao de acções ofensivas com a bola "segura" durante algum tempo é o Ataque organizado (embora nem sempre seja ORGANIZADO antes de acontecer (aqui refiro-me ao processo de treino e por este assunto vou entrar num outro post) mas acontece porque os jogadores tem qualidade ou porque o adversario concedeu facilidades para que tal acontecesse)

Qualquer equipa chamada grande procura conseguir ter mecanismos que lhe permitam jogar com este metodo de jogo ofensivo (com transições mais ou menos rapidas, com passes mais ou menos longos, com zonaas de acção mais ou menos curtas...etc, etc,etc)

Vejam o Barcelona, o Milan, o Inter, o Man Utd, o Chelsea, o Arsenal, o Sporting, o Benfica, o Porto, o Braga entre muitas muitas outras...umas conseguem-no bem, outras...nem por isso

O ataque posicional/Organizado

– O ataque posicional apresenta como características fundamentais as seguintes:

– Elevada elaboração da fase de construção do processo ofensivo. A maior ou menor velocidade de transição da zona de recuperação da bola para as zonas de finalização depende dos níveis de organização em que se encontra defensivamente a equipa adversária.

– Ataque em bloco homogéneo e compacto devido a permanentes acções de apoio e cobertura ofensivas aos jogadores que intervêm directamente sobre a bola.

– Participação de muitos jogadores e execução de muitas acções técnico-tácticas para concretizar os objectivos do ataque.

– Os comportamentos técnico tácticos dos jogadores são realizados pelo lado da segurança fundamentalmente na fase de construção do processo ofensivo. Acções a mais são, neste método de ataque, sempre preferíveis a acções que possam provocar a perda extemporânea da posse da bola.

– Criação constante de condições favoráveis em termos de tempo, espaço e número nos sucessivos centros de jogo ofensivos.

– Constante equilíbrio da organização do método ofensivo devido à utilização sistemática de acções de cobertura ofensiva, de compensações e permutações.

• Aspectos favoráveis:

– Menor probabilidade de se perder a posse da bola de uma forma extemporânea por se privilegiarem as soluções técnico- tácticas mais pelo lado do seguro (maior percentagem de tempo de posse de bola).

– As falhas individuais podem ser prontamente corrigidas pelos companheiros devido à contínua realização de acções de cobertura ofensiva, estabelecendo-se assim um elevado espírito de solidariedade entre os jogadores.

– Existe uma melhor repartição do esforços pelos diferentes jogadores da equipa, não se verificando sobrecarga de uns em benefício de outros.

– O elevado tempo que este método de ataque normalmente dura pode levar os adversários a entrarem em crise de raciocínio táctico e, consequentemente, a cometerem imprudências e erros.

– Possibilita a aplicação de métodos defensivos pressionantes, caracterizados pela preocupação de recuperar a posse da bola próximo das zonas onde foi perdida, o que diminui a profundidade do ataque adversário.

• Aspectos desfavoráveis:

– O tempo que demora a fase de construção do processo ofensivo permite à equipa adversária estabelecer uma organização defensiva consistente e homogénea.

– Requer, por parte dos jogadores atacantes, uma constante e adequada leitura das sucessivas situações de jogo (requer, portanto, muitos conhecimentos tácticos).

– Requer a execução constante de acções que visam o reequilíbrio da organização da equipa (compensações/ permutações).

– Podem encontrar-se grandes dificuldades para fazer progredir a bola devido ao facto de, por um lado, se privilegiar a segurança e, por outro, o processo ofensivo se desenrolar com frequência em espaços onde a concentração de jogadores é muito grande. Ambas as circunstâncias fazem com que muitas acções técnico-tácticas tenham de ser direccionadas para o lado ou para trás.

Subjacentes aos três métodos de ataque descritos estão duas concepções de ataque perfeitamente distintas:

– Subjacente ao contra-ataque e ao ataque rápido está uma filosofia de jogo directo que é caracterizada pela orientação sistemática dos comportamentos técnico-tácticos em direcção à baliza contrária e pela transposição rápida do centro do jogo para as zonas predominantes de finalização.

Esta concepção de jogo exprime uma atitude positiva – isto é, “jogar para ganhar”. É condicionada pela intenção de marcar golos e não pelo medo de perder a posse da bola.

Dados recolhidos através da observação de jogos de nível internacional (Hughes, 1990; Castelo, 1994) permitem constatar que 7 em cada 8 golos (87%) resultam de processos ofensivos muito breves (com 5 ou menos passes). Esta constatação leva-nos a uma conclusão muito simples e muito lógica: “no futebol existe uma fórmula ganhadora assente no jogo directo. Se queremos ganhar os jogos devemos jogar, sempre que possível, em direcção à baliza adversária tentando construir as situações de finalização com o máximo de 5 passes (Hughes, 1990).

– Subjacente ao ataque posicional está uma concepção de jogo indirecto, “apoiado”, de posse da bola, caracterizada pela preponderância da fase de construção do processo ofensivo através de uma laboriosa e metódica progressão da bola em direcção à baliza adversária.

Muitas equipas de nível internacional utilizam, como estratégia ofensiva predominante, o ataque indirecto, o ataque posicional.

Os seus jogadores, laboriosa, segura e pacientemente, procuram conduzir o centro do jogo para a zona de finalização para, uma vez aí, tentarem construir as situações de finalização.

Esta concepção de jogo, quando aplicada de forma sistemática e exclusiva, pode exprimir uma atitude negativa e que é a seguinte: “jogar para não perder – enquanto tivermos a posse da bola, a equipa adversária não pode fazer golo” (Hughes, 1990).

Os três métodos apresentados constituem as formas básicas de organização do ataque. Contudo, na prática, constata-se que um grande número de processos ofensivos apresentam características de dois ou mais métodos. É o caso, por exemplo, de uma equipa que, após a recuperação da bola na sua zona defensiva passa, de forma muito simples e muito rápida, para a zona de finalização (contra-ataque) para, uma vez aí e devido à capacidade de organização defensiva evidenciada pela equipa adversária, ter que temporizar e reorganizar as suas acções ofensivas de forma mais elaborada, mais lenta e mais segura (características do ataque posicional). Mas o contrário também pode ser observado. A equipa, após a recuperação da bola, começa por executar, com lentidão e segurança, um conjunto de acções individuais e colectivas para, de repente, aumentar o ritmo e a velocidade de execução dos comportamentos técnico-tácticos procurando atingir as zonas predominantes de finalização o mais rapidamente possível (ataque rápido ou contra-ataque).

Neste contexto, além dos métodos ofensivos de base, podemos considerar a existência de métodos de ataque compostos. Os mais frequentes são:

– Contra-ataque passando a ataque posicional.

– Ataque rápido passando a ataque posicional.

– Ataque posicional passando a ataque rápido.

Normalmente, cada equipa, em função dos níveis de preparação técnico-táctica, física e psicológica dos seus jogadores, utiliza um dos métodos ofensivos de base de forma predominante (contraataque, ataque rápido ou ataque posicional). Isto não significa que, com o decorrer do jogo e consoante as circunstâncias do momento (situações de jogo e objectivos tácticos momentâneos), a equipa não procure ganhar vantagens e eficiência através da aplicação de outros métodos. Aliás, é isto que fazem as equipas de nível elevado. No decurso do mesmo jogo, utilizam, com eficiência e de forma diversificada, os três métodos analisados em função do nível de organização da defesa adversária e dos objectivos tácticos da equipa.

Peço desculpa se os videos aparentam alguma preferencia clubistica, mas nem de longe nem de perto é essa a minha ideia...eu adorei os tempos de Mourinho á frente do FCP, penso inclusive que foi o futebol mais bonito (na minha perspectiva) que já vi...espero que gostem!!!





Ceros jogadores são tambem fenomenais na temporização ofensiva e podem até ser eles a definir a qualidade da equipa nesses momentos de posse de bola...jogadores como Pirlo, Rui Costa, Kaka, Xavi, Deco, Iniesta, Guti, Paulo Sousa (ex- internacional Portugues), Scholes, Veron, Lucho, Tiago, e muitos muitos outros, são eximios organizadores e são mais que fundamentais para garantir qualidade do ataque organizado



Espero que tenham gostado...um abraço FMBP

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