3 de julho de 2007

O sabor amargo de um sonho concretizado

A pedido do administrador deste blog (FMBP) vou aqui relatar a minha experiência no plantel de futebol sénior do Sporting Clube de Espinho (SCE).
Não há dúvida que o pensamento de qualquer jovem futebolista, quando está a jogar nos escalões de formação de um determinado clube, ambiciona um dia fazer parte do plantel sénior desse mesmos clube. Eu não era excepção.
Foi a meio do época 2002/2003 (1º ano de júnior) e quando me encontrava a representar a equipa B dos júniores do SCE que o meu sonho se iria concretizar. Recebo um telefonema a meio da tarde, informando-me que no dia seguinte iria treinar com o plantel sénior do SCE. A minha primeira reacção foi de euforia total, mas logo de seguida caía em mim. Por essa altura já era conhecedor da realidade do SCE e sabia que tanto eu, como os restantes 4 júniores que iam treinar com o plantel sénior, iam com o propósito não de ser observados/testados, mas sim para completar o plantel do SCE para que estes tivessem a possibilidade de realizar aquilo a que na gíria conhecemos como "treino de conjunto".
No entanto, e apesar de saber a razão pela qual estava ali, foi um dia bastante importante para mim. Adorei pequenas coisas, que provavelmente passam ao lado da maior parte das pessoas e que muitos não irão compreender, mas quem já passou por lá sabe do que falo. Pequenas coisas como o facto de ter de levar para o treino apenas as chuteiras e caneleiras; o entrar num balneário com o dobro do tamanho a que estava habituado e ter atletas de várias idades; o facto de os jogadores mais velhos tentarem por-me a vontade, como se do plantel eu fizesse parte; o ouvir elogios de jogadores como Miguel Vaz que na altura eu admirava imenso.
Apesar de lá no fundo estar triste (com aquele saborzinho amargo) porque sabia que tudo não passava de uma ilusão, o estar ali foi, o viver aquela experiência foi importantissimo para mim.
Para a história fica o facto de ter feito parte do mesmo plantel ( ainda que por 1 dia) que jogadores que eu admirava na altura ou que já tinha admirado, casos de Bolinhas, Miguel Vaz ou Artur Jorge. Fica também a possibilidade que tive de pela primeira e última vez ter feito parte do mesmo plantel que o meu irmão Kaká (que por coincidência foi o meu adversário directo no referido "treino de conjunto"), jogador que também admiro imenso.
Peço desculpas pelo tamanho do artigo, mas não há nada do que tenha dito que poderia retirar para o tornar mais breve.

1 comentário:

Kaká disse...

Antes de mais, quero agradecer ao meu irmão o elogio que me fez.
Quanto ao resto está bem expresso neste texto, o quanto os treinadores das equipas séniores dão importância à formação.
A grande excepção à regra é o senhor Paulo Bento que não tem medo de apostar nos jovens, pois quando um treinador acredita nas potencialidades de um jovem, esse jovem vai chegar longe, pois sabe que tem o apoio incondicional do treinador.

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